Intel e Boeing, duas das empresas mais admiradas dos EUA, enfrentam desafios significativos que podem afetar não apenas suas operações, mas, também, a economia e a segurança nacional do país, conforme mostra análise do The Wall Street Journal.
Nos últimos cinco anos, o valor de mercado combinado das duas caiu pela metade. A Intel suspendeu seus dividendos, demitiu funcionários e reduziu gastos, enquanto a Boeing lidou com investigações sobre acidentes, atrasos na produção e greves, levantando preocupações sobre sua viabilidade futura.
Ambas as empresas estão inseridas em contexto geopolítico em que os EUA estão em disputa com a China, não apenas em termos de poder militar, mas, também, na busca pela liderança em tecnologia e inovação.
Apesar de esforços, como tarifas e subsídios, esses esforços não resolvem a raiz do problema, a perda de competitividade da Intel e da Boeing em mercado global cada vez mais exigente.
Decisões que deixaram Intel e Boeing para trás
- Historicamente, Intel e Boeing foram ícones da manufatura estadunidense, conhecidas por sua excelência técnica e inovação;
- No entanto, suas culturas corporativas mudaram para priorizar resultados financeiros em detrimento de qualidade e engenharia;
- A Intel, por exemplo, perdeu a oportunidade de fabricar chips para o iPhone, subestimando sua importância e, agora, luta para acompanhar a rápida evolução tecnológica, especialmente no campo da inteligência artificial (IA);
- Por sua vez, a Boeing tentou economizar tempo e dinheiro ao modificar seu popular 737 em vez de realizar redesign completo, resultando em sérios problemas de segurança.
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As consequências da crise dessas empresas se estendem além de suas próprias finanças. A Intel é a única companhia estadunidense capaz de competir com a TSMC, gigante taiwanesa de semicondutores, e sua queda afetaria todo o ecossistema tecnológico dos EUA, especialmente se a China avançar sobre Taiwan.
Por outro lado, a Boeing é a maior exportadora de manufatura do país, e a perda de sua expertise em aviação pode levar à dependência crescente de fabricantes estrangeiros, como Airbus e Comac, esta última da China.
Diante desses desafios, é imperativo que os líderes empresariais e políticos reconheçam a importância de revitalizar a manufatura estadunidense.
A busca pela excelência deve ser priorizada sobre os lucros de curto prazo e é necessário esforço conjunto para garantir que as empresas estadunidenses possam competir de forma eficaz no mercado global.
A recuperação da Intel e da Boeing não é apenas uma questão de sobrevivência corporativa, mas uma questão de segurança econômica e tecnológica para os Estados Unidos.
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