O Toyota Research Institute, uma subsidiária de pesquisas da empresa japonesa, está ensinando robôs a executarem tarefas de forma autônoma. Agora, a mesma tecnologia chamada Large Behavior Model será adotada pelo novo Atlas, o robô humanoide mais avançado da Boston Dynamics.
O hardware do robô já é bom o suficiente, mas o software ainda era limitado. Isso porque desenvolver um robô humanoide que “faz tudo” e ainda saiba interagir de maneiras flexíveis e adaptáveis é uma tarefa complicada. A solução? Usar IA (inteligência artificial).
Os modelos de linguagem estão avançando rapidamente e são uma maneira de robôs construírem uma espécie de “repertório” para usar e interagir com o mundo, realizar mais movimentos e até tarefas mais complexas sozinhos.
Como ensinar novos comportamentos para robôs?
- Em poucas palavras, a equipe de pesquisa da empresa desenvolveu um sistema de telepresença com IA que permite que humanos “conduzam” braços robóticos usando óculos de realidade virtual alimentados por câmeras que mostram o mesmo que o robô vê;
- Equipados com luvas hápticas, eles também conseguem sentir o que os sensores táteis do robô sentem;
- Então, com um piloto humano usando os “sentidos” do robô, eles começaram a fazer várias tarefas.
Eles passaram horas fazendo a mesma coisa de diferentes pontos de partida, corrigindo erros e marcando cada tentativa como um sucesso ou fracasso, como mostra o vídeo abaixo:
A partir daí, os robôs “pensavam” sobre os problemas executando milhões de simulações da mesma tarefa, adicionando variáveis e pontos de partida, além de classificar o seu próprio desempenho a cada tentativa fracassada ou bem-sucedida.
A abordagem funcionou. A equipe conseguiu ensinar para os braços robóticos mais de 60 comportamentos complexos até setembro passado, quando o vídeo acima foi divulgado pelo Toyota Research Institute.
Mesmo sistema será usado no novo Atlas
A pesquisa acabou ficando limitada a pares de braços robóticos em vez de corpos inteiros, mas isso mudará com o apoio da Boston Dynamics, uma das empresas mais inovadoras e importantes na história da robótica.
O novo Atlas fez sua estreia pública há apenas cinco meses e possui articulações totalmente giratórias por todo o corpo, permitindo rotação livre nos quadris, ombros, cintura, pescoço, bíceps e coxas, para qualquer direção.
Curiosamente, vimos pouco do novo Atlas nos últimos meses. Então, a notícia da parceria entre as empresa é empolgante, uma vez que combinará hardware de ponta com líderes no desenvolvimento de IA capaz de aprimorar capacidades de robôs.
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Em comunicado, Robert Playter, CEO da Boston Dynamics, disse que “nunca houve um momento mais emocionante para a indústria de robótica”.
“Esta parceria é um exemplo de duas empresas se unindo para trabalhar em desafios complexos e construir robôs úteis que resolvam problemas do mundo real”, acrescentou o executivo.
“Avanços recentes em IA e aprendizado de máquina têm um potencial tremendo. A oportunidade de implementar a tecnologia de IA de última geração do TRI no hardware da Boston Dynamics é uma mudança radical para cada uma de nossas organizações”, declarou Gill Pratt, cientista-chefe da Toyota e CEO do TRI.
A parceria visa desenvolver modelos de comportamento de corpo inteiro para o robô Atlas, e outras plataformas no futuro.
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