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outubro 22, 2024

Descoberto primeiro fóssil de nova espécie de mosca de 16 milhões de anos

Pesquisadores encontraram um fóssil incrivelmente preservado na Austrália e descobriram se tratar de espécie inédita de mosca-serra. O achado data de até 16 milhões de anos e dá pistas sobre o surgimento e a evolução do inseto.

Apesar de estar extinta, a mosca-serra fossilizada pode fornecer pistas sobre a evolução de outras moscas vivas no presente.

Reconstrução da mosca-serra a partir do fóssil (Imagem: Systematic Entomology)

Fóssil pertence à nova espécie de mosca

A mosca-serra, na verdade, não é exatamente uma mosca. Trata-se de um tipo de vespa, mas com características incomuns, como a ausência da “cintura de vespa” (silhueta peculiar desses insetos) observada em outras espécies. No lugar, a mosca-serra tem ovopositores (órgão usado para depositar ovos) semelhantes às serras. Daí vem o nome.

O fóssil foi encontrado no estado australiano de Nova Gales do Sul em 2018. De acordo com o IFLScience, acredita-se que ele pertence à espécie extinta há muito tempo, que habitou o país no Período Mioceno. A peça em si data entre 11 e 16 milhões de anos e é a primeira encontrada desta espécie de mosca-serra.

Os pesquisadores a batizaram de Baladi warru, em homenagem ao grupo aborígene Wiradjuri, que habitou o local onde o fóssil foi localizado. Na língua do povo, “Baladi” significa “serra” e “warru”, “vespa”.

Análise do fóssil da mosca-serra (Imagem: Systematic Entomology)

Como foi a análise do fóssil

Para definir que se tratava de nova espécie, os pesquisadores tiveram que analisar o fóssil do animal. Eles descobriram que as veias que atravessavam as asas e uma parte interna da cabeça, chamada clípeo, estavam relacionados com a subfamília de moscas Perginae. Um estudo mais profundo, inclusive do DNA, mostrou semelhanças com espécies atuais de moscas-serras da família.

De acordo com a Dra. Juanita Rodriguez, pesquisadora que participou do estudo, a observação do fóssil e da morfologia do inseto possibilitou comparações com outras espécies que ajudaram a posicioná-la na árvore genealógica das moscas. A informação da idade da peça também ajudou a entender a linhagem da família.

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Ainda, a idade e localização indicam que as moscas-serra se originaram no Período Cretáceo, cerca de 100 milhões de anos atrás, e viveram em Gondwana. Quando os continentes se separaram, elas acabaram se dividindo entre América do Sul e Austrália.

Eles também descobriram informações sobre a alimentação da espécie:

  • A partir de grãos de pólen na cabeça e nas partes bucais da mosca-serra fossilizada, foi possível afirmar que ela estava se alimentado de uma planta chamada Quintiniapollis psilatospora;
  • Já as larvas da espécie se alimentavam de planta tóxica chamada Myrtaceae, que tem aspecto lenhoso. Para isso, a espécie tem peças bucais e sistema digestivo que consegue separar as partes tóxicas;
  • A descoberta também pressupõe que a mosca-serra inédita poderia usar o óleo da planta como um sistema de defesa.

Para os pesquisadores, apesar de estar extinta, a mosca-serra fossilizada pode dar novas pistas sobre a evolução de outras espécies no presente.

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