Uma nova pesquisa revela que o uso de aparelhos auditivos pode potencialmente ajudar a retardar o surgimento da doença de Parkinson. A associação entre o dispositivo e a melhora da saúde cerebral não é nova e já vem sendo investigada há algum tempo. Esta é uma descoberta que apoia ainda mais a hipótese.
A análise, publicada no JAMA Neurology, considerou dados de 3,5 milhões de veteranos dos Estados Unidos, em sua maioria brancos, homens e de meia-idade, com perda leve, moderada e severa de audição. A amostra foi então estudada por duas décadas.
Aparelho auditivo pode prevenir Parkinson
- Pesquisadores descobriram que, entre os veteranos com perda auditiva leve, com média de 60 anos, existem mais casos de Parkinson registrados ao longo de 20 anos de acompanhamento.
- Após as duas décadas, eles encontraram 10 casos extras de Parkinson para cada 10.000 pessoas que tinham perda auditiva leve.
- No entanto, aqueles que receberam aparelho auditivo antes ou logo após o teste de avaliação da audição tiveram menos probabilidade de desenvolver Parkinson.
- A diferença entre aqueles que utilizaram o aparelho e aqueles que não o utilizaram ficou evidente logo no começo da pesquisa.
- Segundo os pesquisadores, as evidências são fortes o suficiente para acreditar que o uso de aparelhos auditivos reduz o risco de Parkinson na maioria da população.
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A relação entre audição e a saúde do cérebro
Nos últimos anos, cada vez mais evidências apontam que a perda auditiva pode estar associada à neurodegeneração. Em conjunto, o uso de aparelhos auditivos tem se mostrado uma forma econômica, acessível e eficaz de prevenir esse tipo de declínio.
Em 2023, um ensaio clínico descobriu que aparelhos auditivos podem diminuir a taxa de declínio cognitivo pela metade (50%) em alguns adultos mais velhos. Mais recentemente, no início deste ano, o Olhar Digital também noticiou que uma pesquisa revelou que o uso dos dispositivos poderia prevenir a demência em idosos.
O novo estudo é o mais abrangente até agora a mostrar a conexão entre problemas auditivos e, especificamente, o desenvolvimento de Parkinson, que também está associado ao declínio cognitivo.
É preciso investigar mais
Ainda existem perguntas a serem respondidas sobre como os aparelhos auditivos ajudam a manter a saúde cerebral. Por exemplo, os dispositivos estão tendo efeitos restauradores nas nossas conexões neurais? Eles aliviam a carga de processamento do cérebro? Podem melhorar a interação social? Essas questões podem ter solução no futuro com novos estudos.
Mesmo com perguntas em aberto, as novas descobertas são suficientes para que os pesquisadores recomendem a realização da triagem auditiva ao longo da atenção primária.
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